Casarão e Museu Friedrich

Casarão e Museu Friedrich em Novo Hamburgo-RS, Brasil.

domingo, 10 de junho de 2012

MUSEU FRIEDRICH

MUSEU FRIEDRICH Patrimônio Histórico e Ambiental, Preservando a Memória da Vida Colonial Curador: Odilo Antonio Friedrich www.museufriedrich.com.br Fazem mais de 160 anos que tudo começou! Foi então, quando George Michael Renck mandou construir aqui, nesta Colônia n° 30, “ao pé da serra...” sua “casa de alvenaria assobradada “. Ao mesmo tempo, edificou a casa da Tafona. Em nosso entender, tratava-se de um homem muito inteligente, porque, já naquela época, ele entendia a importância da agroindústria, para transformar sua produção e agregar valor à matéria prima produzida . Já existia, pois, um bom começo , quando Johann Saenger, casado com Maria Magdalena Friedrich , compraram a colônia, lá pelos anos de 1878. Após 9 anos de casados, Johann Saenger veio a falecer, deixando a viúva com 5 filhos. Sozinha, tornara-se muito difícil sobreviver da agricultura. Porém, os laços de solidariedade e irmandade eram muito valorizados nas famílias descendentes de imigrantes alemães. Surge logo a solução: o casal Anton e Elisabeth Friedrich que vivia, em suas terras, no Travessão de Dois Irmãos e, tendo apenas o filho Luis, prontificou-se a permutar sua área no Travessão pela Colônia n °30, com Maria Magdalena, sua irmã. De acordo com as escrituras, a transação custou a Anton e Elisabeth a soma cinco contos de reis. A família Friedrich, assim como seus antecessores, seguia praticando uma agricultura de subsistência e produzia farinha de mandioca. Tudo com vistas a auferir suficiente renda que permitisse saldar suas dívidas, conforme relato de Elisabeth Friedrich. Em 1918, Anton e Elisabeth, com seus filhos Luis, Germano e Carlos, decidiram desativar a Tafona , porque a mesma se tornara anti-econômica. O maquinário, movido a força humana e animal (mulas, burros e bois), além de já desgastado, se tornara obsoleto. Ao redor de 1945, a família vendeu parte da área (15 ha), ao, então, IAPI( Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), para a construção da “Vila Operária”. A família também,doou 2 ha para assentar o hospital municipal e 1 ha para a construção dos edifícios de apartamentos do IAPI, em frente. A colônia original foi desmembrada em três parcelas retangulares, no sentido norte-sul, cabendo a Germano, a fração do meio, onde se encontrava toda a infra - estrurura. Foi a venda de área ao IAPI, que permitiu a Germano reformar e restaurar o “casarão” e as demais benfeitorias que estavam, agora, a seus cuidados e exigiam urgente atenção. Após essa reforma (1946) , outra vez as edificações e benfeitorias sofreram a ação do tempo e da insuficiente conservação. Germano veio a falecer em 1969, diminuindo, obviamente, ainda mais, os cuidados necessários para a “preservação do patrimônio”. Por acordo entre Odilo e Níveo Friedrich, filhos de Germano Fernando e Cecília Frederica Friedrich, tocou ao primeiro suceder aos pais e avós na posse do patrimônio, com suas benfeitorias: casarão, tafona, estábulos, abrigos, mangueiras, galpões, poços e etc. Esta infra-estrutura está atualmente, sobre uma área de 6,5 ha de terras. Ao assumir seu quinhão, Odilo assumia, ao mesmo tempo, o compromisso da conservação e preservação do patrimônio. Isto ocorreu a partir de 1985. Enquanto transcorria o tempo, já morando no casarão, Odilo gestionava, junto ao Município, o reconhecimento do bem, como patrimônio histórico. Este veio somente em 15 de março de 2001. Os “prédios” componentes de patrimônio histórico e cultural estão isentos de IPTU, conforme a lei. Esta também é uma conquista da ASSOCULT-Associação para a Preservação e Conservação do Patrimônio Cultural de Novo Hamburgo-RS. Somente em janeiro de 2006 a isenção foi extendida também a “área excedente” dos “prédios”. Isto, permitiu repensar o destino a ser dado a este patrimônio de inquestionável significado histórico e ambiental. Sem uma legislação adequada à preservação do patrimônio histórico e cultural é impossível restaurá-lo preservá-lo, e inserí-lo na comunidade; porquanto, nas atuais circunstâncias já não é viável gerar nenhuma renda de origem agropecuária. Foi em função dessa legislação que optamos por começar a restaurar e montar a Tafona, ao mesmo tempo em que íamos reavivando o casarão e outras peças e ambientes do acervo global, remanescentes das várias gerações que por aqui passaram. O processo de restauração fazia crescer e robustecer, cada vez mais, a idéia de estruturar um museu histórico e ambiental. Mas, não pensávamos em um daqueles museus sem vida, um museu morto, de peças inertes. Queríamos ocupar nosso esforço na formação de um museu vivo e dinâmico, que pudesse mostrar como era a vida e o trabalho nos tempos idos. Que pudesse fazer entender melhor as motivações, os valores, os sonhos e até as limitações dos homens e mulheres que aqui laboraram. Seguiremos trabalhando para que “nosso” museu seja um local de visitação, agradável , mas, acima de tudo, que represente um cenário e uma sequência de momentos históricos, pedagógicos e culturais, para crianças e adultos. Em breve, pretendemos tornar disponível, também , o próprio casarão, o estábulo e demais ambientes agro- ecológicos existentes na propriedade. Ao finalizar esta pequena... história, que vai desde o imigrante alemão Georg Michael Renck e sua família até a transformação da propriedade rural no que estamos denominando “Museu Friedrich”. Escolhemos este dia 22/11/2009, para sua inauguração, por ser a data comemorativa do nascimento de Germano Fernando Friedrich, em 1887, sendo ele o primeiro Friedrich nascido nesta morada. O Museu oferece, também, uma exposição de fotografias de autoria da Anelise Kunrath, Todas elas valorizando cenas da realidade que nos rodeia . Desejamos agradecer de coração a todas as pessoas que, desde muito tempo, nos têm estimulado e colaboraram conosco em algumas, em muitas , ou todas as etapas deste projeto. Sentimos que todos se doaram na medida de suas possibilidades.As Futuras gerações, certamente, saberão fazer justiça e agradece-lhes, também. É impossível terminar, sem uma citação especial para Anelise Kunrath ,nossa grande incentivadora, colaboradora eficiente, planejadora- executora, além de leal parceira, em nossa aventura conjunta... Muito obrigado a todos!!! Texto de Odilo Antonio Friedrich Imagem de Anelise Kunrath

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